Sinais corporais e de linguagem entregam os mentirosos
Após analisar mais de 80 vídeos durante quase cinco anos de pesquisas sobre mentira, a psicóloga Mônica Portella, que atualmente se dedica ao pós-doutorado sobre mentira na PUC-Rio, chegou às seguintes conclusões: todos mentimos e todos quando mentem "entregam" sua falsidade através de um padrão gestual que, inconscientemente, é repetido. Logo, sabendo identificar o comportamento corporal do mentiroso, é possível pegá-lo no primeiro deslize.
- Não é preciso ser especialista no assunto para desmascarar, durante uma conversa, uma pessoa que está mentindo. Qualquer um pode desenvolver essa capacidade, basta receber um treinamento simples - garante a psicóloga, que lançou este mês o livro "Como identificar a mentira - sinais não-verbais da dissimulação" (editora Qualitymark).
Mônica conta que nos Estados Unidos é muito comum as pessoas procurarem cursos de treinamento para detectar mentirosos, uma demanda que começa a crescer também por aqui.
- No Brasil, qualquer um pode fazer este tipo de curso em clínicas especializadas. O treinamento funciona. Pesquisas mostram que pessoas comuns, após o curso, são capazes de identificar mentiras com 80% de acerto - garante Mônica.
Para tristeza de quem pretende pegar na mentira o parceiro, ou parceira, esse índice de acerto cai para 20% quando as pessoas estão emocionalmente envolvidas na situação.
Segundo Mônica, as mulheres normalmente dão mais sinais de que estão mentindo. Ou seja, seriam piores mentirosas e mais vulneráveis a serem desmascaradas.
- Para compensar, os homens se saem bem pior do que as mulheres quando tentam detectar um mentiroso - brinca a pesquisadora.
Mentirosos compulsivos também cometem deslizes
Apesar de não haver, segundo Mônica, um tipo de personalidade que tenda a mentir mais, pessoas que precisam lidar muito com o público acabam desenvolvendo uma melhor habilidade para mentir, já que aprendem a controlar as emoções. Mesmo assim, até os mentirosos compulsivos - praticamente profissionais na arte de mentir - cometem seus deslizes.
- Apenas os psicopatas conseguem falar inverdades sem demonstrar qualquer sinal. É uma característica da doença. Fora esse caso específico, todos têm seu gestual de mentira - explica a psicóloga.
No livro, Mônica mostra como funciona a comunicação não-verbal na hora da mentira, diz que sinais são mais comumente usados por mentirosos e ensina formas de detectá-los sem fazer confusão com gestos que denotam ansiedade ou tensão, por exemplo.
- É importante saber fazer essa diferença porque um ansioso pode adotar certos padrões de comunicação não-verbal que se confundem com os da mentira. É importante analisar o comportamento como um todo, sem se prender a movimentos isolados - ensina.
Antes de sair à caça de mentirosos, vale a pena pesar se isso realmente trará benefícios. Porque, lembra Mônica, "se ficarmos preocupados em descobrir todas as pessoas que nos falam mentiras ao longo do dia corremos o risco de nos decepcionarmos muito".
Mentirosos patológicos têm anomalia no cérebro
Um equipe de pesquisadores americanos identificou diferenças de estrutura na matéria cerebral entre esses mentirosos patológicos e os sujeitos normais em um exame de imagem realizado por ressonância magnética. Os mentirosos patológicos agora têm uma desculpa: uma anomalia do cérebro, de acordo com os cientistas de Yaling Yang e Adrian Raine, da Califórnia (EUA).
Estudos precedentes já mostravam maior atividade do córtex pré-frontal, a parte do cérebro que permite sentir remorso ou aprender a se comportar moralmente, quando pessoas comuns mentem. Os resultados, os "primeiros" que mostraram uma diferença "estrutural", serão publicados em outubro pela revista British Journal of Psychiatry. A pesquisa foi conduzida com 108 voluntários, sendo 12 mentirosos (11 homens, uma mulher), 16 apresentando uma "personalidade anti-social" mas sem pregar mentiras patológicas (15 homens, uma mulher), e 21 (15 homens, 6 mulheres) pessoas ditas normais. Os pesquisadores constataram variações de repartição entre a massa cinzenta e a branca do cérebro: os mentirosos patológicos têm 25,7% a mais de substância branca no córtex pré-frontal que os "anti-sociais", e 22% a mais que os "normais". O estudo comprovou que os mentirosos patológicos têm menos massa cinzenta no cérebro que as pessoas normais (-14,2%). "Mentir exige muitos esforços", explica Adrian Raine, para quem a presença de mais substância branca poderia fornecer aos mentirosos as ferramenteas necessárias à arte complexa da manipulação.
Entretanto, os cientistas se depararam com uma controvérsia: as crianças autistas têm mais dificuldades para mentir, e também apresentam menos matéria branca no cérebro. Mas explicaram a situação afirmando que o autismo é complexo e não pode ser tomado como modelo no âmbito na mentira. Os resultados também apontaram que o córtex pré-frontal do cérebro tem uma influência direta na capacidade de manipulação. Do AFP
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